quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"Espeto de Pau"





Isso tudo muito me maltrata. É um desprezo lamentável não só com pessoas. Pessoas que querem afetar pessoas por motivos tão inúteis como vossas discussões sobre arquitetura. E se não é pela arquitetura, sinceramente não sei o por que de estarmos todos aqui. Será ser por uma festa? Será ser por um fusível? Ou será por uma bateria velha?

Se essa discussão se sobressalta a da arquitetura, não somos dignos de estar nessa escola.
Uma escola onde a fossa transborda todas as manhãs e tardes, e onde o cheiro de merda é insuportável dentro das salas de aula. Uma escola que não oferece a mínima infra-estrutura ao ensino de arquitetura. Uma escola que sequer uma prancheta fica nivelada ao solo. Uma escola que quando chove, revela suas infinitas goteiras. Uma escola que não tem um bebedouro descente para se beber água, nesses quentes dias de verão. Uma escola onde sequer há professor.

Se você achou que teria tudo nessa UFES, depois de estudar, um, dois ou três anos no pré-vestibular, você está enganado. A UFES é uma merda, uma merda como aquela que transbordas da fossa do nosso prédio. Tudo prova que você como cidadão é um exemplar lamentável. Um exemplar vergonhoso a ponto de não ser merecedor de estar dentro de uma Universidade Pública. Mas, se é que permitem sua entrada nesse mundo onde só caberiam pessoas descentes, há entidades que não deveriam ser confundidas com seu país ou mães. Definitivamente, não existe ninguém para catar o seu lixo do pátio da CEMUNI III, depois de você, desembrulhar o seu chiclete e jogar a embalagem no chão. Definitivamente, não existe ninguém para limpar o seu vômito nojento da pia do banheiro depois de você ter bebido demais. E muito menos haverá alguém que lhe ensinará o quanto seu fígado aguenta. Portanto, se não conseguiram te dar sequer um pingo de educação dentro de casa, por favor, poupe a quem merece de verdade estar na Escola Pública. Poupe as pessoas de ter que ver o seu lixo no chão. Poupe-as de ter que catar o seu lixo. Poupe de ter que catar a sua sujeira. Poupe-as de cheirar o seu vômito quando vão ao mesmo banheiro que transborda sua merda pelas fossas construídas a mais de 40 anos atrás.

Se o seu papel na Universidade é este. Por favor, permita alguém fazer alguma coisa por você. Permita alguém querer que sua prancheta seja alinhada. E querer que o seu ensino seja o melhor possível. Se sua discussão não é capaz de englobar tais assuntos, abstenha-se e permita a discussão dos que definitivamente não estão de acordo com a pouca vergonha que fazem com mais de 90 milhões de reais, todos os anos na UFES.

Não há adjetivo para descrever pessoas que maltratam a sua própria casa. Desculpe-me, mas passo mais tempo na CEMUNI do que na minha própria casa. Bom, isso antes de me sentir envergonhado de lá entrar e me deparar com notícias lamentáveis, com cenas lamentáveis. Cenas da molecagem de gente que nunca sentou para discutir sobre qualquer assunto pertinente à arquitetura. E se há pessoas dispostas a tal, conto-as nos meus poucos dedos da mão. Ou nos meus poucos dedos de uma das minhas mãos.

Me anima muito, com as novas eleições do CALAU, eu, não ter mais que escrever documentos pedindo pranchetas e réguas paralelas para a CEMUNI. Animo-me muito, eu não ter mais que ligar para a Prefeitura Universitária pedindo bombeiros hidráulicos para desentupirem a fossa. Animo-me muito, eu não ter mais que resolver problemas de turma que não tem professor. Animo-me muito, eu não ter mais que me debruçar sobre o AutoCAD e fazer layouts, orçamentos e re-divisões internas. Isso muito me anima.

Mas o que me assusta é, que a única discussão que surgirá é o sumiço da bateria. E o único documento escrito, será o da calourada. Discussões democráticas e cidadãs para pessoas democráticas e cidadãs.

Raphael Potratz

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Assembléia CALAU quinta-feira dia 11/11


VERGONHA

O Centro Acadêmico Livre de Arquitetura e Urbanismo está terminando mais uma gestão.

E nesse fim de mandato nos perguntamos: o que representamos?

O que move esses alunos? Quando há um protesto, qual é o motivo?


Renan Grisoni: Venho aqui dizer que não há mais motivos para se ter uma representação acadêmica. As decisões pertinentes ocorridas neste fim de semestre já não passam por um processo democrático de votação descrito em nosso estatuto, e quando passam, não são respeitadas.

Vejo com muita tristeza um levante de alunos para se ter uma festa, um instrumento ou um aparelho de som. Digo a todos que os últimos atos de protesto neste Cemuni III não têm nenhuma ligação com a discussão acadêmica ou infra-estrutura do nosso prédio.

Digo a todos, que os atuais representantes do Calau não representam interesses individuais ou de uma minoria, convocando assim uma Assembléia para discutir os assuntos pertinentes.

Art.5° do Estatuto do CALAU:

“São integrantes deste Centro Acadêmico os estudantes regularmente matriculados no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFES, na forma prevista pelo Regimento Geral da Universidade”

Art.10° parag.6° do Estatuto do CALAU:

“Extinguir em qualquer tempo o CALAU, em Assembléia Geral convocada para este fim, considerando o quorum de metade mais um de seus membros presentes”


O CALAU convoca uma Assembléia para esta sexta-feira dia 11/11 às 17:00, para analisarmos propostas e soluções.

Atenciosamente,

Centro Acadêmico Livre de Arquitetura e Urbanismo